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Agronegócios

Marfrig Rondônia dobrará rigor com boi só de áreas legais após queimadas


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O cenário mais dramático da Amazônia não se dissipou totalmente, com a diminuição dos focos de incêndios, mas os sinais de atenção seguem presentes nos agentes do mercado do boi de dois dos estados mais atingidos, Rondônia e Pará. Tentam entender o enredo que, dizem dois deles medindo bem as palavras, fez com o que o presidente Jair Bolsonaro elevasse mais a fervura “com uma fala e outra”, enquanto procuram maior dar rigorosidade nos negócios, como o Marfrig de Ji-Paraná, dentro das exigências internacionais que podem ganhar dimensão de crise comercial.

Sérgio Ferreira, como comprador da unidade frigorífica rondoniense, diz que sua empresa já tinha dificuldades de originação “com conforto” (volume) de bois dentro dos protocolos de sustentabilidade, portanto “não de pastos que surgiram com desmatamento ilegal”. De agora em diante, com o monitoramento da Europa e já com algumas multinacionais revendo suas compras do Brasil, ele acredita que a Marfrig “vai, com certeza, redobrar suas preocupações” para manter a escala de 900 cabeças abatidas diariamente.

Maurício Fraga, pecuarista e presidente da Associação dos Criadores do Pará (Acripará), diz que lá no seu lado o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do estado, firmado entre o Ministério Público Federal e empresários, precisa sem aprimorado. Pelo protocolo, há comprometimento de não criação e comercialização de bois de desmatamentos ilegais ou de reservas. “Mas agora é preciso um controle de todos os segmentos, já que o frigorífico nem sempre consegue saber a origem do animal antes dele passar pelo vendedor”, mostra Fraga, fazendo menção à parte da cadeia que apenas cria e/ou recria e depois vende os bois para o engordadores.

O Pará não possui plantas habilitadas para a Europa, mas com o desenvolvimento tecnológico do rebanho local, o estado poderia figurar como pretendente.

Quanto ao nível crítico que a crise ambiental alcançou, Sérgio Ferreira, enquanto presidente da Associação Rural de Rondônia (ARR), pensa que o “governo, de certa forma, entre uma fala e outra, incentivou indiretamente aqueles que estavam pertinho de fazer algo errado”. Em tradução, criticando órgãos como o Inpe, Ongs, ambientalistas e imprensa, como que teria dado aval para as queimadas produzidas.

Para ele, no entanto, a “quantidade de pessoas irresponsáveis é muito pequena e agronegócio não tem como ser responsabilizado como um todo”. Mas, o estrago está feito e agora, acredita, todos estão no mesmo barco, com cada tendo de agir dentro da lei e também agindo como fiscal.

Do governo, além de mais agilidade na tomada de ações e menos falação, o representante da Marfrig e presidente ARR acredita que deveria se começar por resolver os problemas fundiários, com a regulamentação de terras desde que assegurada a legislação.

São dois pontos acentuados igualmente por Maurício Fraga, o presidente da Associação dos Acripará. “O governo se comunicou muito mal e poderia ter reconhecido o problema antes das críticas internacionais tomarem a proporção que tomaram”, explica.

Quanto à regularização das terras, Fraga lembra que é “cara e burocrática” e por traz das “terra devolutas não têm um CPF”, tanto quando em mãos de posseiros ou de grileiros.

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